sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O ELEITOR TAMBÉM PRECISA DE FICHA LIMPA?


            O congresso nacional aprovou a lei complementar 135, de 04.06.10, que foi denominada de Lei da Ficha Limpa, à qual exige que os candidatos a cargo eletivos tenham um passado sem condenações judiciais. Os tribunais de vários estados vetaram candidaturas de diversos cidadãos.
Anote que esses candidatos são cidadãos que se destacam em suas atividades profissionais, movimentos sociais, sindicais, comunitários, moradores, religiosos, estudantil, empresariais, artísticos, esportivos etc, e mesmo para a convivência em sociedade, o princípio da boa fé é que deve nortear as relações sociais, inclusive nos negócios, nas transações, no exercício profissional, nos envolvimentos de fé etc.
            Assim os cidadãos candidatos tem sua origem entre os cidadãos eleitores, os quais se pressupõem tenham Ficha limpa, sejam no sentido social, seja no sentido legal, não tenha nome no SPC/SERASA, não tenha passado cheque sem fundos, não tenha carteira de motorista sem ter feito as provas e exames de direção do Detran, não beba bebida alcoólica antes de dirigir, não tenha sido aprovado em exames escolares ou concurso público através de meios ilegais, não chegue atrasado todo dia no trabalho ou não seja preguiçoso em sua atividade profissional, não deixa de cumprir com as obrigações legais com seus empregados - colaboradores.
            Nesta percepção de que os candidatos são cidadãos e que é a própria sociedade que estabelece os princípios que a norteia, é que se pergunta: O eleitor também tem que ter ficha limpa? ou, como sociedade, por conveniência, entendemos que só os cidadãos-candidatos necessitam ter ficha limpa?
            Esta perspectiva proposta visa exatamente inverter os lados, e provocar o cidadão eleitor para que ele se "olhe no espelho" e perceba a necessidade de ter autoridade para exigir do cidadão candidato um comportamento ilibado e uma vida digna, que corresponda com os anseios da sociedade, sem deixar de ter a ótica de que a exigência colocada é pertinente na medida em que esse cidadão candidato irá administrar aquilo que é público, e não particular, mas que o princípio ético deve ser o mesmo, direcionado para o bem comum, numa visão igualitária.
            E os cidadãos eleitores que não respeitam os vizinhos, especialmente no que tange a lei do silêncio, compram produtos piratas e utilizam rádios piratas, subornam o guarda de trânsito para não serem multados, não pagam suas contas em dia, vendem carros com defeitos sem dar ciência ao comprador, deixando de cumprir com seus deveres sociais, tem autoridade de exigir dos cidadãos candidatos Ficha Limpa?
"bem aventurados os que observam o direito, que praticam a justiça em todos os tempos."                                                                                                             Sl 106:3
             Nós evangélicos representamos 19% do eleitorado brasileiro (se considerássemos os 1% Adventistas), eleitorado este, para vergonha nossa, completamente dividido: 6% de assembleianos, 5% metodistas+batistas+presbiterianos, 4% outros grupos evangélicos, 4% os neo discriminados. Grupos estes que tenho certeza, tem gente de moral e idoneidade, que para fazer diferença nesta nação, precisa crescer e aparecer, e se puder, se unir, pois é vergonhoso ver dois pastores se degladiando na televisão e na rede mundial de computadores; principalmente, parar de jogar a responsabilidade de melhora desta abençoada nação nas mãos de ímpios, partidos ou pensamento X ou Y.

FÉ E POLÍTICA

                        Não sei por que a dificuldade de se unir fé com política, afinal: Não se governa, lidera, influencia ou manda sem política. A bíblia de Gênesis a Apocalipse está cheia de políticos e principalmente excelente políticos.
            Noé governou o mundo e sem política não o fez; Ser patriarca é ser político (Abraão, Isaque e Jacó), José deu show de política em todos os sentidos (Gn 41:33-40): “Portanto, proveja-se agora Faraó de um homem entendido e sábio, e o ponha sobre a terra do Egito = 1º Ministro. Faça isto Faraó: nomeie administradores sobre a terra = Geração de emprego = Ministério do trabalho, que tomem a quinta parte dos produtos da terra do Egito nos sete anos de fartura = Ministério da economia; assim será o mantimento para provimento da terra, para os sete anos de fome, que haverá na terra do Egito; para que a terra não pereça de fome = Ministério das relações exteriores, e com essa aula de política José assumiu um cargo que não existia: Governador (política) do Egito.”
Moisés, que estadista maravilhoso; Josué alargou as fronteiras com poder e política que o Barão do Rio Branco ficaria com inveja; Juizes pura política, relembre o caso de Jefté ((Jz 11:1-11)Era então Jefté, o gileadita, homem valoroso, porém filho duma prostituta; Gileade era o pai dele... Jefté, porém, perguntou aos anciãos de Gileade: Porventura não me odiastes, e não me expulsastes da casa de meu pai? por que, pois, agora viestes a mim, quando estais em aperto?... Então Jefté disse aos anciãos de Gileade: Se me fizerdes voltar para combater contra os amonitas, e o Senhor mos entregar diante de mim, então serei eu o vosso chefe.. Assim Jefté foi com os anciãos de Gileade, e o povo o pôs por cabeça e chefe sobre si; e Jefté falou todas as suas palavras perante o Senhor em Mizpá”
Davi Salomão e os grandes reis; reinado é política; e a maioria dos profetas que eram profetas cúlticos, ou seja trabalhavam para os reis (política); Jesus perguntou (MT 16:14-16): "quem o povo diz que Eu sou? e responderam: uns João Batista (profeta) outros Jeremias (profeta) e outros uns dos profetas. Mas vós quem dizeisa que sou: Respondeu Pedro tu és o Ungido = messias (Rei dos reis) logo político.
Vai chegar o dia em que Deus vai mostrar como deve ser a vida das nações através do milênio, ou seja vai mostrar como seria se o homem vivesse um governo teocrático, ou seja Deus no poder (política). Feliz a nação cujo o Eterno é o Senhor.
A igreja precisa entender que tudo que o mundo faz nós podemos e devemos fazer melhor, afinal: "aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, que se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo especial, zeloso de boas obras” Tito 2:13-14.