segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

LIÇÃO I

INTRODUÇÃO DA CARTA AOS ROMANOS

Objetivo da lição: Mostrar quem, como, onde e porque escreveu essa epístola (carta).

Vinte e um dos vinte e sete livros que formam o Novo Testamento pertencem ao gênero epistolar. São cartas escritas com a finalidade de dirigir, aconselhar e instruir nos seus primeiros desenvolvimentos as igrejas recém-formadas ou para ajudar os responsáveis por pastoreá-las e administrá-las.

Na época em que surgiram as epístolas neo-testamentárias era prática habitual que o autor ditasse o texto a um assistente ou amanuense. É muito provável que Romanos tenha sido ditada pelo apóstolo Paulo a um crente que se identifica a si mesmo como "Tércio, que escrevi esta epístola" (Rm 16.22). Em certas ocasiões, o autor não se valia de um escrevente, mas de um autêntico secretário, que, uma vez informado dos assuntos a tratar, se encarregava de compor e redigir a carta do princípio ao fim. Em qualquer caso, também era comum que, ao término do escrito, o próprio autor acrescentasse, do próprio punho, o seu nome e umas poucas palavras de saudação (1Co 16.21 ; Gl 6.11 e, talvez, 1Pe 5.12).

Paulo foi quem criou a comunicação para o Novo Testamento e foi quem mais escreveu, inclusive suas cartas são anteriores aos textos dos Evangelhos. A ordem que as Bíblias utilizam para apresentar as cartas de Paulo é a do tamanho: da maior à menor.

Roma era uma cidade na Itália fundada em 753 A.C.. Roma não é mencionada no Velho Testamento, no entanto foi muito importante para as histórias do Novo Testamento. Nada sabemos sobre a origem da comunidade cristã de Roma, além das informações que se podem tirar desta carta.

A epístola aos romanos (Pros Romalous) foi escrita por Paulo a uma comunidade que ele não fundou e nem conhecia, provavelmente da cidade de Corinto-Grécia, enquanto ele estava hospedado na casa de Caio, e transcrita por um escriba chamado Tércio. Há uma série de razões que convergem para a teoria de que Paulo a escreveu em Corinto, uma vez que ele estava prestes a viajar para Jerusalém ao escrevê-la, o que corresponde com Atos 20:3, onde é relatado que Paulo permaneceu durante três meses na Grécia. Isso provavelmente implica Corinto, pois era o local de maior sucesso missionário de Paulo, na Grécia. Adicionalmente Febe, um diácono da igreja em Cencréia, um porto a leste de Corinto, teria sido capaz de transmitir a carta a Roma depois de passar por Corinto. Erasto, mencionado em Romanos 16:23, também viveu em Corinto sendo comissário da cidade para obras públicas e tesoureiro da cidade em várias épocas, mais uma vez indicando que a carta foi escrita em Corinto.

O momento exato em que foi escrito não é mencionado na carta, mas foi obviamente escrito quando a coleta de dízimos para Jerusalém tinha sido montada e Paulo estava prestes a ir a Jerusalém, ou seja, no final de sua segunda visita a Grécia, durante o inverno que precedeu a sua última visita a essa cidade. A maioria dos estudiosos propõe que a carta foi escrita no final de 55, 56 ou 57. Outros propõem o início de 58.

Carta em que o apóstolo Paulo apresenta, de modo completo e ordenado, aos fiéis de Roma. Na primeira parte da carta Paulo mostra que todos, judeus e gentios, são pecadores e precisam de salvação. Pela fé em Cristo, as pessoas começam uma vida nova, dirigida pelo Espírito Santo. Na segunda parte Paulo diz como os cristãos devem tratar uns aos outros e como agir em relação às autoridades. A carta termina com saudações e com uma oração de louvor a Deus.

Paulo foi escoltado até Roma em março de 59 D.C. Ele esteve preso provavelmente duas vezes (At 28.11-31; 2Tm 1.16-17). De fato ele já havia se comunicado com os cristãos na sua carta aos romanos em 57 D.C.. Havia uma grande colônia judaica em Roma no século um D.C. Essas pessoas eram descendentes de um grande número de escravos judeus trazidos a cidade por Pompeu, depois da captura de Jerusalém em 63 D.C.. O imperador Claudius expulsou os judeus de Roma em 49 D.C., possivelmente quando Jesus foi proclamado o Messias na sinagoga.

Não se sabe quem eram os pregadores, mas eles eram provavelmente viajantes e comerciantes cristãos. A carta de Paulo aos romanos era uma explicação da obra de Cristo para com as igrejas gentio que vieram a existência independentemente dele. O seu primeiro contato com o povo de Roma, que nós temos conhecimento, foi quando ele conheceu Priscila e Áquila em Corinto (Atos 18:2). Esse casal foi expulso de Roma nos tempos de Claudius. No seu fechamento, Paulo menciona um circulo considerável de cristãos em Roma (Romanos 16). Durante o período em que estava em cativeiro, Paulo era prisioneiro de autoridades romanas, mas ele conseguiu conhecer o líder local dos judeus, contar suas experiências e explicar o evangelho pessoalmente a eles (Atos 28:16-31).

Romanos é um livro de ensinamento profundo e rico. Nela Paulo mostra o problema de todos os homens: “Não há justo, nem um sequer” (3:10); “...pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (3:23); “...o salário do pecado é a morte” (6:23); “...a morte passou a todos os homens, pois todos pecaram” (5:12).

Mas a mensagem é esperançosa, não pessimista. Paulo descreve o evangelho como “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (1:16). Pecadores são “justificados gratuitamente, por sua graça” (3:24). “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (5:8). “...o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (6:23).

A carta anima os santos nas suas batalhas diárias contra a tentação e outras provações: “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.... muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (5:9-10). “...muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de ... Jesus Cristo” (5:17).

Paulo afirma que todas as três pessoas divinas lutam para o nosso bem: “...o mesmo Espírito intercede por nós” (8:26-27). “...Cristo Jesus...também intercede por nós” (8:34). “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (8:31). A participação ativa de Deus em nossa salvação leva a conclusão vitoriosa: “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (8:37).

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