A Ética e a
Cultura estão ligadas com tanta força que é quase impossível
discutir uma sem a outra. Na verdade, poderia até dizer que a Ética
é uma reflexão direta dos valores fundamentais de uma Cultura –
uma forte crença do que é certo ou errado é, quase por definição,
uma crença no que é Ético.
Sem
as exigências éticas que estão
na base do agir humano, a cultura, qualquer que seja a época (Is
1:23; Os 4:2; Am 5:12; Mq 2:1 e 7:3) em que ela se manifeste no
desenrolar da Historia, naufraga sempre no mar da violência, ou
perde-se na noite do barbarismo. Ou dizendo com outras palavras, sem
levar em consideração as exigências éticas fundamentais do agir
humano, que sao coextensivas ao trabalho da cultura humana, a
transformação da vida social, por mais promissora que se apresente
gracas as extraordinárias conquistas da Ciencia e da Técnica, não
conseguira garantir o bem estar da comunidade humana, nem impedir a
onda de violência, que ameaça tornar inabitável o mundo em que
vivemos.
Quando
as coisas da natureza transformam-se em obras humanas, a Natureza se
faz Cultura, da qual o homem e, ao mesmo tempo, a causa e o efeito.
Causa porque e ele quem transforma a Natureza em Cultura, e, ao mesmo
tempo, efeito, porque todo homem e homem de seu tempo e traz as
marcas da cultura em que se insere e da qual recebe as influencias.
Pois
bem, na medida em que o homem, como criador de símbolos, revela o
significado dos objetos materiais que transforma em objetos de
cultura, ele diz, ao mesmo tempo, o
que esses objetos são, o que significam e o que devem ser para
atingir sua finalidade no mundo simbólico da cultura.
Neste mundo, o individuo não encontra apenas o que precisa para sua
sobrevivência, mas também descobre um sistema de normas e de
valores de que precisa para sua realização, tanto individual quanto
comunitária. Esta a razão pela qual se diz que não existe cultura
sem ética, da mesma forma que não pode existir ética sem cultura.
Em
qualquer que seja a cultura, quaisquer que sejam seus costumes e
hábitos, por mais diferentes que estes possam ser nos diferentes
povos em que vigoram, esses hábitos e costumes só serão dignos de
uma cultura verdadeiramente humana, se forem dirigidos por este
principio ontológico da pratica ética: Bonum
est faciendum, vale dizer, o
bem deve ser feito.
Isso
concretamente significa que as leis mudam e devem mudar através da
Historia e os costumes, eles também, mudam e devem mudar nas
diversas culturas e nas diversas
épocas do devir histórico; mas, se as novas leis e os novos
costumes deixarem de procurar "o
Bem da comunidade humana", a ética entrara em crise por
maior que seja o progresso socioeconômico das culturas particulares.
No
mundo da Modernidade, a razão técnica passou não só a determinar
seus objetos, ela também se deu a tarefa de determinar seus fins
e seus valores. O homem moderno sentia-se mais orgulhoso por causa
desta autodeterminação ética, do que propriamente em dominar o
mundo. Transformador do mundo, ele queria ser também o criador de si
mesmo, dos seus fins e dos seus valores. Assim fazendo, ele
apoderou-se, sob a égide da Razão técnica, daqueles atributos que
os antigos e os medievais reservaram exclusivamente para Deus, na
qualidade de Ser Absoluto.
Penso que, conforme sugerido, ética e cultura estão intimamente ligados porque é o resultado de relacionamento humano. Por isso é decadente. O homem é incapaz de, per si, construir algo "bom" e duradouro.
ResponderExcluirVerdade, pois sua razão foi corrompida no Eden!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGraças a Deus que ainda no meio desse sociedade corrompida, existe aqueles que ramam contra a cultura da sociedade em vive.
ResponderExcluirvi esta matéria e achei muito interessante, de uma olhada vocês também:
http://www.youtube.com/watch?v=WJH2nFPRU58