quinta-feira, 3 de abril de 2014

ÉTICA X CULTURA

A Ética e a Cultura estão ligadas com tanta força que é quase impossível discutir uma sem a outra. Na verdade, poderia até dizer que a Ética é uma reflexão direta dos valores fundamentais de uma Cultura – uma forte crença do que é certo ou errado é, quase por definição, uma crença no que é Ético.

Sem as exigências éticas que estão na base do agir humano, a cultura, qualquer que seja a época (Is 1:23; Os 4:2; Am 5:12; Mq 2:1 e 7:3) em que ela se manifeste no desenrolar da Historia, naufraga sempre no mar da violência, ou perde-se na noite do barbarismo. Ou dizendo com outras palavras, sem levar em consideração as exigências éticas fundamentais do agir humano, que sao coextensivas ao trabalho da cultura humana, a transformação da vida social, por mais promissora que se apresente gracas as extraordinárias conquistas da Ciencia e da Técnica, não conseguira garantir o bem estar da comunidade humana, nem impedir a onda de violência, que ameaça tornar inabitável o mundo em que vivemos.

Quando as coisas da natureza transformam-se em obras humanas, a Natureza se faz Cultura, da qual o homem e, ao mesmo tempo, a causa e o efeito. Causa porque e ele quem transforma a Natureza em Cultura, e, ao mesmo tempo, efeito, porque todo homem e homem de seu tempo e traz as marcas da cultura em que se insere e da qual recebe as influencias.

Pois bem, na medida em que o homem, como criador de símbolos, revela o significado dos objetos materiais que transforma em objetos de cultura, ele diz, ao mesmo tempo, o que esses objetos são, o que significam e o que devem ser para atingir sua finalidade no mundo simbólico da cultura. Neste mundo, o individuo não encontra apenas o que precisa para sua sobrevivência, mas também descobre um sistema de normas e de valores de que precisa para sua realização, tanto individual quanto comunitária. Esta a razão pela qual se diz que não existe cultura sem ética, da mesma forma que não pode existir ética sem cultura.

Em qualquer que seja a cultura, quaisquer que sejam seus costumes e hábitos, por mais diferentes que estes possam ser nos diferentes povos em que vigoram, esses hábitos e costumes só serão dignos de uma cultura verdadeiramente humana, se forem dirigidos por este principio ontológico da pratica ética: Bonum est faciendum, vale dizer, o bem deve ser feito.

Isso concretamente significa que as leis mudam e devem mudar através da Historia e os costumes, eles também, mudam e devem mudar nas diversas culturas e nas diversas épocas do devir histórico; mas, se as novas leis e os novos costumes deixarem de procurar "o Bem da comunidade humana", a ética entrara em crise por maior que seja o progresso socioeconômico das culturas particulares.

No mundo da Modernidade, a razão técnica passou não só a determinar seus objetos, ela também se deu a tarefa de determinar seus fins e seus valores. O homem moderno sentia-se mais orgulhoso por causa desta autodeterminação ética, do que propriamente em dominar o mundo. Transformador do mundo, ele queria ser também o criador de si mesmo, dos seus fins e dos seus valores. Assim fazendo, ele apoderou-se, sob a égide da Razão técnica, daqueles atributos que os antigos e os medievais reservaram exclusivamente para Deus, na qualidade de Ser Absoluto.

4 comentários:

  1. Penso que, conforme sugerido, ética e cultura estão intimamente ligados porque é o resultado de relacionamento humano. Por isso é decadente. O homem é incapaz de, per si, construir algo "bom" e duradouro.

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  2. Verdade, pois sua razão foi corrompida no Eden!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Graças a Deus que ainda no meio desse sociedade corrompida, existe aqueles que ramam contra a cultura da sociedade em vive.
    vi esta matéria e achei muito interessante, de uma olhada vocês também:
    http://www.youtube.com/watch?v=WJH2nFPRU58

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