Infelizmente muitos cristãos, e até mesmo professores de crianças, não acreditam que os bebês têm condições de aprender coisas significativas, o que é um grande equívoco. Desde muito cedo o ser humano começa a se relacionar com o mundo que o cerca e a descobrir a relação que há entre ele e este mundo.
Em Salmos 139:13-16 fica claro que o bebê não é um ser que está para vir a ser, mas já é um ser completo em fase de desenvolvimento e crescimento. Como esta descoberta se dá, depende da faixa etária em que a pessoa se encontra. Inclusive acreditamos que a interação professor/aluno pode e deve começar no período intra-uterino. (Sl 8:2, 78:5-7; Lc 1:15, 41-44, Jz 13:5 e Je 1:5).
A capacidade intelectual de um bebê depende 70% da educação dos estímulos recebidos nos primeiros anos de vida, e apenas 30% da herança genética. Com as crianças até dois anos não é diferente. Elas têm maneiras próprias e específicas de sua idade que propiciam sua aprendizagem. Por isso, é fundamental que o professor do berçário conheça tais características para atuar de forma eficiente.
Nos primeiros anos de vida precisamos ser atendidos imediatamente em nossas necessidades, e é exatamente isso que os bebês procuram. A primeira forma de comunicação do bebê com o mundo é o choro. É a forma mais poderosa e eficaz de conseguir chamar a atenção dos outros para o que está sentindo. O bebê chora não somente porque está com fome ou dor, chora para demonstrar que algo o incomoda. Criança não sabe o que é manha ou birra até os 12 meses. Por isso, se a criança chorar, atenda e verifique as causas do choro. Desde que nasce, enquanto cresce e se desenvolve precisa sentir-se querida, procurada, ajudada, elogiada, para crescer emocionalmente equilibrada e desenvolver na vida adulta todo seu potencial humano.
O desenvolvimento da criança depende tanto dos fatores internos quanto dos externos, ou seja, de condições genéticas e do ambiente no qual estão inseridas. Portanto, o berçário deve ser um local aconchegante, com iluminação adequada, bem arejado, com mobília adequada para esta faixa etária, e que transmita segurança. Alguns acham que qualquer cantinho serve para berçário, afinal "é só para trocar fraudas e olhar, enquanto os pais assistem ao culto". Enquanto a Igreja espera as crianças crescerem, satanás faz de tudo para roubar, matar e destruir. (Ex 1:15-22 e Mt 2:16-18).
As brincadeiras são um grande instrumento de aprendizagem; a criança que não brinca terá dificuldades em solucionar questões com criatividade na fase adulta. Através dos brinquedos a criança aperfeiçoa uma infinidade de estímulos vitais para sua formação, entre as quais a coordenação motora, criatividade, raciocínio, identidade, autonomia, comunicação, sociabilização (conviver em sociedade), sensação de liberdade e poder, entre muitos outros benefícios. Os brinquedos preparam a criança para o mundo.
As histórias são também um valioso instrumento de ensino, pois desenvolvem o vocabulário da criança, ao mesmo tempo em que alimentam a sua imaginação. Levam o bebê a seguir um pensamento lógico, em que determinadas ações tem um desfecho esperado ou surpreendente. É necessário utilizar todas as entonações possíveis, como no teatro, para que o bebê vibre, espere, tenha medo, se sinta emocionado, preocupado ou divertido. Convém que o bebê se surpreenda com os eventos para que sinta o alívio de um final feliz. Caso o texto seja um pouco complexo, nunca deverá hesitar em adaptá-lo de forma a que seja mais bem compreendido pelo bebê. Quando gostam muito de uma determinada história, as crianças adoram ouvi-la várias vezes, chegando mesmo a decorar algumas passagens. Caso você sinta que o bebê gostou de um conto, não deve ter receio de repeti-lo porque ele vai vibrar cada vez que o ouvir como se fosse a primeira.
É aconselhável que o bebê tenha acesso aos livros mesmo quando está sozinho, uma vez que pode ter prazer em folheá-los e em contar as histórias que conhece bem, para si mesmo. Os livros serão, no início, rasgados e desenhados mas, com o tempo, poderá ensinar o bebê a respeitá-los e a guardá-los com carinho. Os bebês não enxergam direito de longe. Leve-os para bem perto das pessoas e objetos, para que possam enxergá-los bem.
Brinque com o corpo dele. Movimente-lhes os pés e as mãos, afague, massageie e faça cócegas. Movimente-o ativamente e modifique sua posição de vez em quando. Tente colocá-lo de pé, para que sinta e tente apoiar-se ao solo. Quando estiver bem desperto, coloque-o sentado com o apoio de almofadas, mesmo que seja por alguns momentos. Não o acostume a permanecer monotonamente deitado no berço. Estimule, dessa maneira, a criança a reconhecer os recursos corporais, facilitando o cérebro a sentir e utilizar o corpo.
Satanás não espera crescer, por quê como igreja do Senhor, vamos esperar?
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